Resenha: Anjo Negro de Nelson Rodrigues
- gogvg7
- 29 de nov. de 2015
- 2 min de leitura

A obra “Anjo Negro” foi escrita em 1946 pelo autor Nelson Rodrigues. O livro é escrito com diálogos e é em forma de teatro, mantendo muitas características do teatro clássico grego. O autor expressa suas ideias de forma bruta, apresentando abertamente à sexualidade, o racismo, a violência, chegando muitas vezes a perturbar o leitor. Nelson Rodrigues transferiu pensamentos para a sua obra, apresentando realidades vividas no Brasil, levando vários leitores a estado de choque, acarretando assim para que o livro virasse um marco na história brasileira, o autor foi um dos poucos escritores que não tiveram vergonha/medo de expressar em uma história fictícia aquilo que realmente acontecia no Brasil.
O livro relata a história de Virgínia, uma mulher branca que foi estuprada por Ismael, este é um homem negro e que se veste todo de branco, Virginia é então obrigada a se casar com Ismael, com quem vive uma relação completamente conturbada. O livro inicia-se com a morte do seu terceiro filho, todos pretos, como bem diz Virgínia, e com o decorrer do livro é apresentado que a morte das crianças é relacionada com o ódio que Virgínia tem dos filhos nascerem pretos, e com a cara do pai, já que Virgínia carrega certo rancor de Ismael, ela acaba por fim tirando a vida de seus próprios filhos. Virgínia é obrigada a viver trancafiada em casa, não podendo ter acesso a área fora de casa e tampouco contato com outras pessoas, a não ser por sua tia e suas quatro primas.
A personagem principal não consegue mais se lembrar de como é ver rostos diferentes, e ela é perseguida por esse desejo de poder ver outro rosto que não seja de Ismael, e então em certo momento do livro aparece à oportunidade, o irmão se Ismael vai até a casa para tratar de assuntos pendentes com Ismael, e em um momento de deslize de Ismael, Elias acaba por se encontrar com Virgínia e se apaixona. Virgínia fica grávida e dá a luz a uma menina branca, nasce Ana Maria, filha que Ismael adota, mas a pobre menina tem um terrível fim, a princípio Ismael cuida da menina, mas para ela não reconhecer o rosto negro do pai adotivo, este pinga acido nos olhos da criança e diz a mesma que ele é o único homem branco no mundo.
O livro é bastante dramático e de certa forma desconcertante, faz o leitor refletir sobre as atitudes dos personagens de Virgínia e Ismael. A obra é constantemente leitura obrigatória em vestibulares e também para estudantes de Letras.
Por: Renata Goulart Mattiola
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