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Análise do poema Holy Thursday de William Blake

  • Foto do escritor: gogvg7
    gogvg7
  • 29 de nov. de 2015
  • 3 min de leitura

Is this a holy thing to see,

In a rich and fruitful land,

Babes reducd to misery,

Fed with cold and usurous hand?

Is that trembling cry a song?

Can it be a song of joy?

And so many children poor?

It is a land of poverty!

And their sun does never shine.

And their fields are bleak & bare.

And their ways are fill'd with thorns.

It is eternal winter there.

For where-e'er the sun does shine,

And where-e'er the rain does fall:

Babe can never hunger there,

Nor poverty the mind appall.

Os poemas de William Blake foram reunidos em duas coletâneas, chamadas Canções da Inocência e Canções da Experiência. O título das coletêneas retratam justamente o teor dos poemas reunidos em cada um. Os poemas das Canções da Inocência demonstram uma visão inocente e pura do mundo, e em oposição, os poemas presentes nas Canções da Experiência ironizam e criticam o sistema político, econômico e religioso da época, revelando uma visão diferenciada dos poemas de Canções da Inocência.

O poema Holy Thursday é recheado de críticas para com a Igreja e o Estado, em relação aos cuidados com os órfãos. O poema apresenta em sua forma quatro estrofes, com quatro versos cada uma, apresentando rimas perfeitas. Ao analisar as rimas, nota-se uma variação quanto à forma. Na primeira estrofe as rimas são abab, porém, logo na segunda estrofe as rimas mudam para a sequência cdef. Essa mudança pode ser analisada como proposital. Porém, será apresentada na análise quanto ao conteúdo do poema. Na terceira e quarta e estrofe as rimas voltam a uma certa ordem, rimando dois versos cada estrofe. Há também a presença de metáforas, perguntas retóricas. Aprofundando a análise, identifica-se os temas e as críticas que Blake faz por meio do poema.

Para uma maior compreensão do poema, faz-se necessário conhecer o contexto histórico. O poema se chama Holy Thursday (Quinta-feira Santa) fazendo alusão ao feriado da Quinta-feira Santa, que ocorria antes do domingo de Páscoa. Nesse dia, as escolas de órfãos se reuniam numa catedral e celebravam a missa. A primeira estrofe já inica a crítica ao cuidado com os órfãos, com uma pergunta retórica: É algo santo ver tantas crianças passando fome numa terra que se diz tão próspera? Onde bebês vivem na misérias, amparados por uma mão fria e avarenta. A segunda estrofe faz alusão aos cânticos da missa. O choro das crianças é uma canção? Como seria possível o canto das crianças ser de alegria? Há tantas crianças pobres. Blake afirma ser uma terra de pobreza. Nota-se então, a forte crítica à Igreja. Blake acusa a santidade da Igreja em relação aos órfãos, afinal, a Igreja tem como mandamento cuidar e amparar os órfãos. Blake evidencia assim, como em muitos de seus poemas, a hipocrisia presente, não só na religião, como na sociedade. O fato da mundança em relação às rimas parece tornar evidente esse fato.

O poema começa estruturado, como a visão que se tem da Igreja, e essa quebra logo no próximo parágrafo parece demonstrar exatamente essa quebra do que a Igreja aparenta ser e do que ela realmente é. A crítica se volta também para o Estado e o sistema econômico. Afinal, este também tem o dever se cuidar do seu povo. A Inglaterra, na época em que Blake viveu, estava passando por um período de grande prosperidade, de avanço tecnológico, e como o próprio poema aponta, era uma terra rica e produtiva. Blake aponta a contradição entre as realidades da Inglaterra nos seus últimos versos.

De um lado a verdadeira realidade das crianças: uma terra onde o sol não brilha, o caminho é de espinhos e os campos sem vida. Do outro lado a realidade de que uma terra em que o sol brilha e a chuva cai, que era o cao da Inglaterra, crianças nunca deveriam passar fome. Estrofes que evidenciam, portanto a incoerência que o país vivia.

O poema de Blake chega a ser um desafio à imagem da Inglaterra como rica e civilizada, pois é contraditório em um país avançado economicamente habitar crianças que morrem de fome, sendo que o dever do Estado seria suprí-las. Sendo assim, o poeta apresenta duas “Inglaterras” distintas. William Blake, mais um vez, de forma simples e direta, critica e acusa a hipocrisia presente na sociedade, nesse caso em duas insituições: a do governo e religiosa, que tem como dever cuidar do povo. Com uma visão de experiência, ele apresenta a realidade social, e chama ao dever os responsáveis, deixando muito claro, a hipocrisia, que parece habitar de maneira muito evidente na sociedade como um todo.


Por: Vivian Indart


 
 
 

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